quinta-feira, 31 de julho de 2008

Adeus a Athos Bulcão

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Athos Bulcão nasceu no Rio de Janeiro, no dia 2 de julho de 1918. Dedicou grande parte da sua vida a Brasília, cidade que escolheu para viver e presentear com a sua obra e onde chegou em 18 de agosto de 1958.
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Athos Bulcão é responsável pelo conjunto de uma obra de qualidade artística inigualável. Artista múltiplo, sua arte está ao alcance do cidadão em seu trajeto cotidiano: no parque, nos muros, nas escolas, nos edifícios residenciais e nos prédios públicos.
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Como diria o arquiteto e amigo pessoal, João Filgueiras Lima, o Lelé, "como pensar o Teatro Nacional sem os relevos admiráveis que revestem as duas empenas do edifício, ou o espaço magnífico do salão do Itamaraty sem suas treliças coloridas?", difícil imaginar.
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Athos cursou medicina, mas abandonou-a por amor à arte. Expôs sua obra nos mais importantes espaços culturais do país. Viajou pelo mundo afora e por lá deixou a sua marca. Seus painéis podem ser vistos na França, Itália, Argélia, Argentina, Cabo Verde, dentre outros tantos.
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Trabalhou no Ministério da Educação e na extinta Novacap. Lecionou no Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Foi condecorado pelo governo brasileiro com a "Ordem Rio Branco" e "Ordem do Mérito Cultural". Recebeu o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília, a "Medalha Mérito da Alvorada" do Governo do Distrito Federal, e o título de "Cidadão Honorário de Brasília", concedido pela Câmara Legislativa.
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Painel de azulejos (1983) do Palácio do Itamarati, em Brasília.
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Painel de azulejos da igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em Brasília.
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Painel de Mármore e Granito (1975) que envolve o Memorial Juscelino Kubitschek, em Brasília. .
Panteão da liberdade.


Fachada de mármore em relevo do Teatro Nacional Cláudio Santoro.
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Fontes:
Fundação Athos Bulcão - http://www.fundathos.org.br/
Estadão - http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art215123,0.htm

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Leia mais sobre Athos Bulcão em:

Azulejo na arquitetura brasileira: os painéis de Athos Bulcão - http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18141/tde-10112006-142246/

terça-feira, 29 de julho de 2008

Manoel Farias

Residência Fernandes














Planta Pavimento Térreo
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Planta Pavimento Superior
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FICHA TÉCNICA
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Local: Condomínio Cabo Branco Residence Prive, João Pessoa/PB
Arquitetura: Manoel Farias
Execução: Manoel Farias/Mestre Bim
Fotos: Manoel Farias
Projeto: 2007
Construção: 2008
Área do terreno: 360,00 m²
Área de construção: 306,80 m²

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Morre Joaquim Guedes

Presidente licenciado do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil), Joaquim Manoel Guedes Sobrinho, 76, morreu atropelado neste domingo (27) em frente ao apartamento dele, na avenida 9 de Julho, zona sul de São Paulo. Segundo a polícia, ele atravessava a avenida em um trecho pouco iluminado, na altura do número 4782, próximo a rua Groenlândia, por volta das 20h. O veículo envolvido no acidente não foi identificado. Joaquim Guedes havia pedido afastamento do instituto pouco mais de um mês atrás, porque pretendia concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo. (Folha Online).

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arquiteto joaquim guedes, são paulo, brasil
Haifa Yazigi Sabbag¹

Figura fascinante, espírito altamente crítico, com idéias muito objetivas e racionais sobre o ato de projetar – para ele “a arte de construir” – Joaquim Guedes não se desvia de seus preceitos, ao contrário, reafirma cada vez mais sua particular visão da arquitetura. Ao se defrontar com as questões do conhecimento, da relação entre as regras e a razão, da ética com a estética, das possibilidades infinitas do saber aplicado, insiste na construção de projetos com disciplina e com austeridade. Porque, reitera, construção é tudo, é magia, atende necessidades do presente, cria linguagens. Explica mais: é todo um processo de pensar, passando por gestos mínimos que completam os procedimentos e seus objetivos. Enfim, é “razão carregada de emoção”.
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Guedes não fala em beleza, “não sabe o que é”. No seu entender, o conhecimento é que leva a coisas justas, elegantes, apoiadas numa lógica própria, tão rigorosa quanto o saber fazer. Ao ser indagado sobre o que então diferencia a arquitetura da construção, responde com as palavras de Argan: ”tudo o que concerne à construção é arquitetura”.
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Convidado para participar da Comissão Científica da UIA para o congresso de arquitetura em Berlim, em 2002, escolhendo temas e nomes dos participantes, (foi o único americano entre os 12 membros selecionados) não falou o esperado: ética, estética, sociologia ou design. Surpreendendo a comissão, repetiu o que sempre afirmou: o mais importante na arquitetura é a construção. Porque gera a vida social, a relação de produção, atende às necessidades humanas, à vida cotidiana.
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O racionalismo construtivo que orientou os arquitetos paulistas em direção às soluções estruturais em concreto aparente a partir da década de 50, teve em Guedes uma ressonância particular. Pesquisador intransigente, suas estruturas já eram determinadas pela razão, pelo espaço a ser criado. “São as necessidades e os recursos que vão defini-las”. Abordagem que o aproxima de Alvar Aalto, sua maior admiração. No entanto, faz a observação: uma construção mais rigorosa pode levar a pesquisas e tecnologias mais avançadas. Verbete em várias enciclopédias, recentemente o Dictionary of Architecture (1999) da Oxford University Press, caracteriza o arquiteto como defensor de uma arquitetura que atende mais ao clima e à realidade citando como exemplo a cidade de Caraíba, na Bahia.
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Joaquim Guedes iniciou a vida acadêmica lecionado na cadeira de Materiais e Técnicas, na FAU/USP onde se formou. Fascinado então pelo concreto armado, cita a casa Cunha Lima de 1958, primeira obra em que empregou o material e na qual a estrutura define completamente a arquitetura. A passagem para outros materiais se deu em razão da constatação de que o concreto absorve muita luz e calor e se conserva mal. “Sou muito livre em relação ao material”. Na casa para Anna Mariani, em Ibiúna, o tijolo predomina embora a estrutura em concreto permaneça aparente; nela, tijolos e outras soluções remetem a Alvar Aalto.
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Uma profunda amizade uniu Guedes a Vilanova Artigas, o grande mentor da arquitetura paulista. O respeito que sentia pelo mestre, “um homem íntegro” e os caminhos pela política em que se envolveram os jovens arquitetos daquela geração, dos quais ele participou intensamente mas não gosta de falar (esteve na China com a missão oficial em 63; em Cuba, no XI Congresso de Arquitetura; deu aulas em Strasburgo na França; compareceu a reuniões pelo mundo todo), não impediu um longo afastamento entre ambos. O reencontro se deu no final da histórica aula que Artigas proferiu na FAU ao ser readmitido, pouco antes de falecer. Ainda com muita emoção, Guedes conta que Artigas lhe confessou na ocasião ter sido bastante influenciado por ele. A posição independente que Guedes mantém em relação à política que rege até hoje a FAU/USP, fato já célebre, foi comparada pelo professor Antônio Carlos Sant’Anna à atitude firme de Rino Levi nessa questão, durante apresentação do livro sobre o arquiteto ítalo-brasileiro, em outubro, na FIESP.
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O ensino, para Guedes, merece um capítulo à parte. Tem idéias particulares, uma longa prática e muito para falar. Apenas como ilustração, no prefácio do livro “Eupalinos ou o Arquiteto”, de Paul Valéry, escrito por ele em 1995, faz uma indagação: como formar arquitetos para o novo milênio? “Faculdades de Arquitetura não diferem muito das velhas Escolas de Belas Artes; parecem não saber atualizar o ensino da construção, coisa de engenheiro. Estimulam exercícios fantasiosos, falsas mega-estruturas, indiferentes à natureza dos problemas propostos, exageradas, insolúveis ou absurdas; exercícios que excluem o aprendizado da paisagem e dos fatores econômicos e sociais e maltratam as técnicas em sua natureza e em seu papel enquanto cultura.”
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A experiência construtiva e a autonomia conceitual e formal de Guedes resultam em espaços dimensionados para o uso cotidiano, seja qual for o programa. Torna-se intransigente em relação a estruturas mal empregadas ou enganosas, em exibicionismos sem sentido. Niemeyer, Lelé (João Filgueiras Lima) não são poupados. Nem Mies Van der Rohe. “Ele falseava as estruturas”. No pavilhão da Alemanha para a Feira Internacional de Barcelona (1925) “pilares esbeltos são oferecidos como estruturas que sustentam o prédio. Não são. Os planos de mármore é que são responsáveis pelo travamento da estrutura”.
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A grande atração do arquiteto pelas questões urbanas advém da forte influência que recebeu, ainda estudante, do padre Louis Lebret, dominicano francês radicado no Brasil, autor de um trabalho interativo de planejamento urbano voltado para o social. “Devo ao mestre Lebret, com quem estudei sociologia e política, a descoberta da relação das formas com a vida social e econômica”. Essa influência fez e ainda faz com que Guedes sinta a cidade como um organismo vivo. “Ela se desenvolve a partir de conflitos e de forças que a compõem ou de fatores que interferem na vida do habitante”. Lembra então que as cidades são o lugar de maior acumulação de cultura.
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Guedes planejou cidades novas e fez planos diretores para cidades em expansão. Em 1956, com apenas 24 anos, concorreu ao concurso para o Plano Piloto de Brasília, ignorando a Carta de Atenas, cujas diretrizes foram logo superadas. Na década de 70, projetou Carajás, Marabá, Barcarena, todas no Pará, e Caraíba, na Bahia, programadas para durar enquanto a mineração existisse. Caraíba é um raro exemplo. Pensada para a sociedade que nela “ia viver e como viver”, compõe-se de um conjunto de praças, uma área de habitações – casas alinhadas paralelamente às ruas, geminadas e sem recuo, para melhor proteção contra o sol, edifícios com espaços protegidos para os pedestres. “Uma arquitetura mais atenta ao clima e à realidade econômica”, resume Stevens Curl no Dictionary of Architecture. Participou também de vários concursos internacionais. A recuperação urbana de Bicocca, uma área industrial ao norte de Milão, Itália, exigiu um exercício de reflexão sobre novos sistemas para áreas desocupadas das grandes cidades. Guedes apresentou uma proposta urbanística composta de uma malha viária ortogonal que organizava volumes de arquitetura livre. Para o Centro Cultural de Lisboa, em 1988, ele optou por um trabalho mais de idéias - como “encontrar uma alma para um corpo complexo”. No tecido urbano em que vários fragmentos se interpõem propôs o reencontro dos espaços e significados, “pela reflexão sobre atividades e comportamentos sociais abrangidos, a história diante da nova realidade”. Sem negar a razão, nem adotar soluções radicalmente intuitivas ou subjetivas, apenas procurou ampliar os campos da imaginação”, escreveu no memorial.
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Nascido numa família numerosa de 15 filhos, “minha sorte na vida foi ter de me confrontar com a necessidade desde cedo”, é pai de cinco filhos, tem amigos no mundo todo, quase uma centena de arquitetos passaram pelo seu escritório. Recebeu inúmeros prêmios, inúmeros convites para proferir palestras. Mas Guedes confessa que às vezes se sente muito só. Talvez porque sempre esteve à frente de seu tempo e suas idéias avançadas não tenham encontrado o justo som.
Fonte:
http://www.vitruvius.com.br/ac/ac008/ac008_1.asp
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1 Haifa Yazigi Sabbag é jornalista especializada em arquitetura, foi editora da revista AU e edita a seção Arquitetura e Crítica do site Vitruvius.

Joaquim Guedes

Residência Liliana Guedes, São Paulo, Brasil, 1968
Joaquim Guedes e Liliana Guedes








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Residência Anna Mariani, Ibiúna, Brasil, 1977
Joaquim Guedes e Liliana Guedes





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Residência Cunha Lima, São Paulo, Brasil, 1958
Joaquim Guedes e Liliana Guedes






Casa Dourado, São Paulo, Brasil
Joaquim Guedes e Liliana Guedes












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Conjunto Pe. Manoel da Nóbrega, Campinas, Brasil, 1974
Joaquim Guedes e Liliana Guedes

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Destaque

A arquiteta Caroline Gurgel obteve o melhor índice de aproveitamento da última turma formada pelo curso de arquitetura do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê sendo indicada pela coordenação para receber uma homenagem conferida pelo CREA-PB aos graduados que obtiveram o maior Coeficiente de Rendimento Escolar na conclusão dos cursos de arquitetura da Paraíba.
Nas palavras da coordenadora Amélia Panet o desempenho de Caroline pôde ser auferido não apenas pelo seu excelente resultado acadêmico, mas também pela curiosidade, interesse e sensibilidade que demonstrou pelas questões ligadas à arquitetura e à cidade. A dedicação e o talento de Caroline foram ratificados através do seu Trabalho Final de Graduação que recebeu a nota máxima da banca examinadora.
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O ArqPB bateu um papo rápido com Caroline Gurgel para saber um pouco sobre sua trajetória acadêmica e o que pensa essa novíssima arquiteta.
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ArqPB – Caroline Gurgel, num momento em que a internet facilitou as comunicações e as informações se tornaram fartamente acessíveis em tempo real, paradoxalmente percebe-se a existência de uma crise de interesse pelo conhecimento por significativa parte da nossa juventude. Neste contexto, quais os principais elementos que nortearam a sua formação para que a Srta obtivesse uma trajetória acadêmica tão bem sucedida?
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Caroline – Considero a internet uma ferramenta de pesquisa fantástica. Você não precisa esperar a próxima edição de uma revista para ver um projeto maravilhoso, ele está alí, nos sites dos arquitetos, e você pode se comunicar com eles, como eu já fiz com o escritório de Cesar Pelli, do qual obtive resposta. Mas reconheço que nem sempre ela é bem utilizada, muitas vezes apenas se copia seu conteúdo, e talvez seja esse o motivo do atual desinteresse, as pessoas encontram as informações prontas. Além da internet, os livros que adquiri durante o curso foram indispensáveis para minha formação. É muito importante também que se estude uma segunda e até terceira língua, já que nem sempre a bibliografia em português é encontrada. Fico impressionada quando vejo que alguém terminou o curso e não utilizou livros, pois neles podemos conhecer as grandes obras e seus arquitetos, além das especificidades de cada tema. Não vejo como eu teria tido êxito sem os livros, revistas, internet e o estágio em escritório de arquitetura.
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ArqPB – Quais os momentos mais marcantes que a Srta vivenciou durante o curso e quais lições deixaram para sua formação profissional?
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Caroline – Alguns trabalhos me marcaram bastante, como o seminário que apresentei sobre Arquitetura Bizantina e outro sobre um texto de Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino. O projeto de uma residência, no quarto período, foi um dos mais prazerosos e o primeiro em que pudemos utilizar o autoCAD. Mas o grande momento do curso foi, sem dúvidas, o trabalho final de graduação e os parabéns recebidos por parte da banca examinadora e de professores. Em todos os trabalhos em que houve dedicação, houve o sucesso, e é assim que pretendo seguir, me esforçando ao máximo em tudo.
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ArqPB – O curso de arquitetura é conhecido por exigir muitas horas de dedicação do aluno e ter uma carga de atividades muita extensa. Qual a sua opinião a respeito deste fato em relação ao perfil do novo profissional global?
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Caroline – Concordo que o curso é trabalhoso e não basta estudar muito. Não são matérias exatas. São trabalhos e projetos cheios de detalhes, e em muitos se faz necessário uma pesquisa de campo, que requer muito tempo. Além disso, as apresentações normalmente são feitas utilizando o computador, nem sempre disposto a ajudar. E enquanto estamos desesperados, os amigos se divertem em um feriado que a gente nem se lembra mais que existe. Mas não acho que deva se exigir menos, pelo contrário, se o mercado está muito exigente, a universidade deve preparar para isso. Você tem que fazer vários projetos ao mesmo tempo. E foi com muito esforço que consegui conciliar o curso com estágio e outras atividades extra-curriculares. É um curso para apaixonados.
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ArqPB – Como você vê a produção arquitetônica contemporânea local e o cenário mundial da arquitetura?
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Caroline – Considero a arquitetura produzida em João Pessoa muito boa. Em sintonia com a tendência mundial, já se pode vislumbrar obras e projetos incorporando conceitos envolvendo acessibilidade e sustentabilidade, o que é imprescindível nos dias de hoje. Muito do que se produz nos países do primeiro mundo também é incorporado pelos países menos desenvolvidos, o que não é ruim, desde que sejam feitas adequações em relação aos aspectos culturais e climáticos de cada região.
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ArqPB – Quais os sonhos e os planos para o futuro?
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Caroline – Pretendo continuar estudando, aperfeiçoando meus conhecimentos, através de uma especialização ou mestrado, uma vez que tenho muita vontade de ensinar arquitetura. Sonho em me tornar uma boa profissional, trabalhando sempre com ética, dedicação e responsabilidade.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Complexo Turístico - Etiópia

































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O empreendimento Ghion Grand Resort está localizado em Addis Ababa, capital e maior cidade da Etiópia, com uma população estimada de 2.973.000 habitantes (dados de 1 de julho de 2006). Sendo uma cidade multi-cultural, contém até 80 nacionalidades e línguas diferentes, como também comunidades Cristãs, Muçulmanas e Judias. Situa-se no centro da Etiópia a uma altitude de aproximada de 2440 metros.O terreno do conjunto se situa em uma área estratégica, com limites consideráveis, aumentando sua importância:
• ao norte, o moderno Palácio do Jubileu (Jubilee Palace), que foi terminado para comemorar o jubileu de prata da coroação do Imperador Cristão Etíope Haile Selassie I (ou Tafari Makonnen; ou ainda Ras Tafari), governante do país de 1930 até sua morte, em 1975. O local é sede de uma coleção de animais selvagens indígenos raros;• ao sul encontra-se a Praça Meskel ou Praça da Santa Cruz (Meskel Square). Aqui é celebrada a festa de mesmo nome, onde se é erguido um enorme montante de plantas e troncos coberto de flores amarelas, encimada por uma enorme cruz; • a leste, com acesso através da Avenida Menelik II (que também acessa o Jubilee Palace), se localiza a sede da Comissão Econômica da ONU para a África, braço regional da ONU no continente que apóia o desenvolvimento econômico e social dos seus 53 países membros, fomenta a integração regional e promove a cooperação internacional para o desenvolvimento africano;• a oeste, a Avenida Ras Desta Damtew e o Addis Ababa Stadium completam a localização do complexo.
O projeto do complexo turístico, incorporando um elemento icônico de parque temático como a peça central do desenvolvimento, consta de um hotel, um shopping center, três torres residenciais, um resort e um parque aquático.
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WATER PARK
• O Parque Aquático é um ambiente imersivo composto por um complexo de piscinas e cascatas, jump platforms e “tobogãs”, envolvida por elevações rochosas e uma abundante vegetação, que remetem a uma área o mais natural possível.
• Trata-se de uma área fechada onde é permitido apenas o tráfego de pedestres.• Foi concebido com uma forte integração com o Resort proporcionando ao hóspede uma experiência singular que se inicia partir do tráfego criado pelas pontes suspensas de ligação com o Parque.
• Este equipamento foi planejado para proporcionar o máximo de diversão e entretenimento aos usuários através de áreas destinadas às atividades aquáticas, gastronômicas e comerciais.
• Uma cascata com quinze metros de altura é a atração principal que se prolonga por um rio artificial e desemboca numa enorme piscina.
• O Parque Aquático será uma das âncoras para o projeto, com a localização e configuração definida pela inter-relação entre as atrações, sua instalação em si tornar-se-á um ícone agregando valor para todo o Complexo, principalmente para o Resort.
• Os hóspedes ao ingressarem no Complexo através do acesso do Parque irão transpor um grandioso portal temático em rota para o Resort, Hotéis e Shopping Mall,
• O Parque Aquático será composto por uma mistura de diversas atrações, amenidades e componentes temáticas destinadas a melhorar a experiência dos hóspedes e complementar as atrações. A inclusão de restaurant, snack bars and store, irá incrementar os atrativos do parque.
• O Parque Aquático será um destino onde toda a família vai poder entrar, divertir-se bastante, almoçar, lanchar, tomar uns drinks e fazer compras.
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RESORT
• Composto de três generosos espaços, o Resort abriga um setor dedicado a hospedagem, convenções, administração e serviços; área de lazer, composta de piscinas, bares, quadras esportivas, piscinas, decks, bares, fitness club, passeios e espaços ajardinados; e a área de chalés, distribuídas ao logo de piscinas com desenhos orgânicos e em meio a uma vasta área verde.
• O Resort é concebidos como um ambiente temático e imersivo coerente com o enredo para o Reino de Sheba Resort.
• A partir de todos os quartos do hotel pode-se vislumbrar a paisagem do resort, a arquitetura exótica, os densos jardins e as áreas públicas e de piscina.
• Os chalets implantados a leste foram banhados por sinuosas piscinas e distribuídos em níveis decrescentes de forma a liberar as visuais da porção mais baixa do terreno. Distribuídos com o maior afastamento possível entre as edificações, de modo que os espaços gerados entre os mesmos possam ser generosos e amplamente ajardinados.
• Além disso, esta área é privilegiada pela presença do lago do complexo, o que possibilita um espaço de contemplação e relação com a natureza, característica marcante dos resorts.
• O Resort possui uma forte proximidade com o Shopping Mall e o Parque Aquático, formando junto com estes um núcleo central de interesse e desenvolvimento do Complexo.
• O Shopping Mall reúne atividades de comércio, serviço e entretenimento que proporcionará toda a comodidade e conforto para os hóspedes do Resort e o mínimo de deslocamento.
• Os hóspedes terão inigualável acesso às atrações, amenidades e conveniências em oferta no Complexo ao mesmo tempo em que serão fornecidas todas as comodidades esperadas de um recreativo resort hotel neste contexto.
• A interconexão entre os empreendimentos adjacentes serão usados para garantir um ambiente coeso dentro das limitações inerentes a cada componente. • Suplementarmente o hotel desfrutará de um excelente serviço de restaurante, entretenimento noturno, praças abertas, além de instalações dedicadas a eventos, convenções e conferências.
• A natureza do Resort e a articulação deste com todo o Complexo irá garantir que os hóspedes tenham à sua disposição todos os requisitos para uma agradável estada sem ter de sair do perímetro da propriedade.
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SHOPPING MALL
• O Shopping Mall situado na porção central do Complexo Arquitetônico organiza todos os setores do empreendimento em torno de si, e interliga os demais componentes através das vias de acesso e das áreas de estacionamento.
• O conjunto arquitetônico envolve também duas torres do hotel boutique totalmente integradas e conectadas através do lobby localizado no hall de acesso principal do Shopping.
• O partido arquitetônico escalonado em patamares ajardinados está impregnado de referências temáticas a cultura local no que se refere aos materiais empregados e a forma do edifício, conformando uma coesão formal com os demais equipamentos do empreendimento.
• Dotado de um variado mix de comércio e serviços, o shopping abrigará desde pequenas lojas até grandes magazines, além de serviços bancários, área para jogos, cinema, praça da alimentação, bares e cafés.
• A Proximidade com o Resort e o Hotel Boutique conferem extrema facilidade de acesso, conforto e conveniência para os hóspedes.
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HOTEL BOUTIQUE
• O Hotel Boutique está encravado acima do Shopping Mall e totalmente integrado ao mesmo. Adjacente ao hall de acesso principal do shopping localiza-se a área do lobby do hotel e a administração, enquanto que no pavimento de estacionamento encontra-se as áreas de apoio e serviços.
• Composto por duas torres interligadas pela circulação vertical e escalonadas através de pátios ajardinados.
• Logo acima do último pavimento do shopping foi locada a área de lazer e gastronômica do hotel. Deste modo é possível descortinar os jardins e a área de bares acima do shopping, assim como uma visão panorâmica privilegiada de todo o Complexo Arquitetônico.
• Cada uma das torres do hotel permite uma percepção peculiar e diversificada do Complexo. Enquanto que da torre oeste é possível contemplar principalmente toda a área do Parque Aquático, da torre leste vislumbra-se o Residencial e o Resort.
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RESIDENCIAL
• O Setor Residencial está situado a sudeste entre o Shopping Mall a oeste e o Resort ao norte. Composto por três torres, com 35, 40 e 45 pavimentos de apartamentos, conectados por praças intermediárias repleta de jardins, deques, espelhos d’água, playgrounds e piscina.
• O acesso social definido por uma grande casca de vidro se dá através de um lobby com pé-direito duplo e está diretamente ligado ao Shopping mall através de uma passarela em concreto de onde o visitante visualizar a exuberante paisagem circundante e a área de lazer e os chalets do Resort.
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ESPAÇOS / ESTRADAS / ESTACIONAMENTO / SERVIÇOS
• O arranjo espacial interno foi definido de modo a proporcionar um layout racional, porém com nuances espontâneos, intuitivos e fortes elementos visuais que organizassem a percepção geral dos componentes dentro do Complexo de forma a permitir que os usuários pudessem orientar-se por si próprios.
• O acesso ao empreendimento se dá através de três portais temáticos que delineiam e emolduram o fluxo de pessoas e veículos ao interior do Complexo Arquitetônico.
• O Setor Residencial possui acesso exclusivo, porém com ligação ao Shopping Mall e a partir deste as demais dependências do Complexo.
• As áreas de estacionamento, exclusive a do Setor Residencial, foram locadas na interseção entre o Parque Aquático, o Resort e o Shopping Mall / Hotel Boutique. Para liberar o máximo de espaço para as principais edificações do Complexo a maior parte do estacionamento, assim como o setor de apoio e serviços ficaram ocultos num nível abaixo da área do Shopping.
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Ficha técnica
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Arquitetura: Oliveira Júnior, Eduardo Dantas, Manoel Farias & Ricardo Vidal
Colaboradores: Bruno Atayde, Rafaella Queiroga, Rodrigo Viana & Silvana Chaves
Consultor: Leonardo Tavares
Tradução: Lara Esmeraldo, Manoel Farias & Mario Lyra.
Contratante: Riva Digital
Local: Adis Ababa, Etiópia, África
Projeto: 2008
Área doTerreno: 137.439m²
Apresentação e Imagens: Riva Digital