sexta-feira, 25 de julho de 2008

Destaque

A arquiteta Caroline Gurgel obteve o melhor índice de aproveitamento da última turma formada pelo curso de arquitetura do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê sendo indicada pela coordenação para receber uma homenagem conferida pelo CREA-PB aos graduados que obtiveram o maior Coeficiente de Rendimento Escolar na conclusão dos cursos de arquitetura da Paraíba.
Nas palavras da coordenadora Amélia Panet o desempenho de Caroline pôde ser auferido não apenas pelo seu excelente resultado acadêmico, mas também pela curiosidade, interesse e sensibilidade que demonstrou pelas questões ligadas à arquitetura e à cidade. A dedicação e o talento de Caroline foram ratificados através do seu Trabalho Final de Graduação que recebeu a nota máxima da banca examinadora.
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O ArqPB bateu um papo rápido com Caroline Gurgel para saber um pouco sobre sua trajetória acadêmica e o que pensa essa novíssima arquiteta.
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ArqPB – Caroline Gurgel, num momento em que a internet facilitou as comunicações e as informações se tornaram fartamente acessíveis em tempo real, paradoxalmente percebe-se a existência de uma crise de interesse pelo conhecimento por significativa parte da nossa juventude. Neste contexto, quais os principais elementos que nortearam a sua formação para que a Srta obtivesse uma trajetória acadêmica tão bem sucedida?
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Caroline – Considero a internet uma ferramenta de pesquisa fantástica. Você não precisa esperar a próxima edição de uma revista para ver um projeto maravilhoso, ele está alí, nos sites dos arquitetos, e você pode se comunicar com eles, como eu já fiz com o escritório de Cesar Pelli, do qual obtive resposta. Mas reconheço que nem sempre ela é bem utilizada, muitas vezes apenas se copia seu conteúdo, e talvez seja esse o motivo do atual desinteresse, as pessoas encontram as informações prontas. Além da internet, os livros que adquiri durante o curso foram indispensáveis para minha formação. É muito importante também que se estude uma segunda e até terceira língua, já que nem sempre a bibliografia em português é encontrada. Fico impressionada quando vejo que alguém terminou o curso e não utilizou livros, pois neles podemos conhecer as grandes obras e seus arquitetos, além das especificidades de cada tema. Não vejo como eu teria tido êxito sem os livros, revistas, internet e o estágio em escritório de arquitetura.
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ArqPB – Quais os momentos mais marcantes que a Srta vivenciou durante o curso e quais lições deixaram para sua formação profissional?
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Caroline – Alguns trabalhos me marcaram bastante, como o seminário que apresentei sobre Arquitetura Bizantina e outro sobre um texto de Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino. O projeto de uma residência, no quarto período, foi um dos mais prazerosos e o primeiro em que pudemos utilizar o autoCAD. Mas o grande momento do curso foi, sem dúvidas, o trabalho final de graduação e os parabéns recebidos por parte da banca examinadora e de professores. Em todos os trabalhos em que houve dedicação, houve o sucesso, e é assim que pretendo seguir, me esforçando ao máximo em tudo.
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ArqPB – O curso de arquitetura é conhecido por exigir muitas horas de dedicação do aluno e ter uma carga de atividades muita extensa. Qual a sua opinião a respeito deste fato em relação ao perfil do novo profissional global?
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Caroline – Concordo que o curso é trabalhoso e não basta estudar muito. Não são matérias exatas. São trabalhos e projetos cheios de detalhes, e em muitos se faz necessário uma pesquisa de campo, que requer muito tempo. Além disso, as apresentações normalmente são feitas utilizando o computador, nem sempre disposto a ajudar. E enquanto estamos desesperados, os amigos se divertem em um feriado que a gente nem se lembra mais que existe. Mas não acho que deva se exigir menos, pelo contrário, se o mercado está muito exigente, a universidade deve preparar para isso. Você tem que fazer vários projetos ao mesmo tempo. E foi com muito esforço que consegui conciliar o curso com estágio e outras atividades extra-curriculares. É um curso para apaixonados.
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ArqPB – Como você vê a produção arquitetônica contemporânea local e o cenário mundial da arquitetura?
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Caroline – Considero a arquitetura produzida em João Pessoa muito boa. Em sintonia com a tendência mundial, já se pode vislumbrar obras e projetos incorporando conceitos envolvendo acessibilidade e sustentabilidade, o que é imprescindível nos dias de hoje. Muito do que se produz nos países do primeiro mundo também é incorporado pelos países menos desenvolvidos, o que não é ruim, desde que sejam feitas adequações em relação aos aspectos culturais e climáticos de cada região.
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ArqPB – Quais os sonhos e os planos para o futuro?
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Caroline – Pretendo continuar estudando, aperfeiçoando meus conhecimentos, através de uma especialização ou mestrado, uma vez que tenho muita vontade de ensinar arquitetura. Sonho em me tornar uma boa profissional, trabalhando sempre com ética, dedicação e responsabilidade.

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