sábado, 9 de agosto de 2008

Triptyque

Harmonia, 57















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O projeto está localizado na Rua Harmonia, em um bairro da zona oeste de São Paulo, onde vida artística e criatividade interpenetram-se facilmente, onde galerias e paredes se misturam, funcionando como um estágio de novas formas expressão. O beco em frente ao edifício é um exemplo - o seu grafite apresenta um conceito de experimentação que flui a partir da rua para até a construção. Tal como um organismo vivo, o edifício respira, transpira e modifica a si mesmo, transcendendo a sua inércia.
As paredes externas estão cobertas por uma de espessa camada vegetal que funciona como a pele da estrutura. Esta densa muralha é feita de um concreto orgânico que possui poros, onde várias espécies de plantas podem crescer, dando as fachadas um único olhar. Nesta grande máquina, onde as águas da chuva e do solo são drenadas, tratadas e reutilizados formando um complexo ecossistema dentro do local.
Tal como na teoria da Deleuze, este é um ecossistema multifuncional universal feito de várias máquinas interligadas.
Os gasodutos que servem todo o edifício - assim como as bombas de água e sistema de tratamento - estão sendo exibidos nas paredes exteriores, abraçando-as como veias e artérias de um corpo. O edifício é como uma base cinza neutro, esculpida e deformada.
A estética é um resultado do processo - a estrutura é áspera e tem uma primitiva elegância - um reflexo da real preocupação com as questões ambientais e da investigação de novas formas de intervenção. O seu volume é bastante simples, mas também notável: dois grandes blocos de vegetação estão ligados por uma passarela metálica, cortados por concreto e janelas de vidro e varandas.
Entre os blocos uma praça interna abre como uma compensação e age como um local de encontro. Os terraços são espalhados em cada andar, criando um jogo visual entre os volumes, a iluminação e a transparência dos espaços internos.
O bloco frontal está completamente suspenso, levitando sobre pilotis, enquanto que o bloco de trás é sólido, complementado por uma casa de pássaros como o volume em cima dela.
Mais uma vez como um organismo vivo, as suas janelas abrem-se para o exterior como lábios de concreto e terraços cortandos os principais volumes, em pontos diferentes, criando possibilidades de perceber a cidade a partir de vários pontos de vista, ao mesmo tempo que uma gigante boca deconcreto convida os automóveis a ser engolido para o interior do edifício.
O resultado deste conjunto é um edifício excepcional que apresenta uma nova perspectiva de "arquitetura verde".
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Ficha técnica
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Arquitetura: Triptyque - Greg Bousquet, Carolina Bueno, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli
Chefe de projeto - Tiago Guimarães
Construção: Bassani Arquitetos
Paisagismo: Peter Webb
Construção: BGF / Aparecido Donizete Dias Flausino
Engenheiro Hidráulico: Guilherme CASTANHA
Estruturas Metálicas: Planmetal Estrutura: Rika e engenharia. Rioske Kanno
Ar Condicionado: Disarcon
Obras de madeira: Libanio Justino da Silva
Decks de madeira: Zanchet
Vidro: Revglass
Progettazione Triptyque, Capogruppo
Fotografia: Nelson Kon
Área: 500 m²
Local: Harmonia, São Paulo/Brasil
Fonte: www.triptyque.com
Hotsite: www.triptyque.com/harmonia/

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