segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Praça da Soberania - Oscar Niemeyer

A praça da discórdia
Oliveira Júnior ¹





Imagem: Oliveira Júnior
Fonte: acerco pessoal
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Imagem: Eduardo Rossetti
Fonte: Revista eletrônica MDC
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Recentemente exibido na mídia, a Praça da Soberania, mais nova proposta arquitetônica do escritório de Oscar Niemeyer para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, já nasce provocando polêmica e despertando uma reação em cadeia dos arquitetos e urbanistas, da população local e até do próprio presidente do IPHAN/DF (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) contra a sua construção. Segundo enquete realizada através do site do Correio Brasiliense mais de 70% dos internautas não aprovam a implantação da obra. Uma onda de protestos invadiu Brasília desde o anúncio do projeto. “Foi a primeira vez que a cidade reagiu ao anúncio de uma obra do arquiteto", afirma o jornal.
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A nova Praça abrigará dois prédios: uma edificação curva, ao rés do chão, dedicado a memória dos Ex-Presidentes, e uma estrutura erétil, de base triangular e 100m de altura, para acolher uma exposição permanente do progresso brasileiro (?). No subsolo um estacionamento para 3 mil carros servirá de bálsamo para uma frota equivalente a 2,5 veículos por habitante.
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Para a arquiteta Sylvia Fischer, doutora em história e professora da UNB, a baixa qualidade das últimas intervenções de Niemeyer na capital federal denotam certo desdém com a obra “que lhe rendeu suas mais altas honrarias, aquela que lhe garantiu uma posição ímpar no ranking dos arquitetos do século XX.”
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Outro pesquisador da UNB, arquiteto Frederico Holanda, em artigo intitulado “A praça do espanto”, publicado pela revista eletrônica MDC, relembra outro projeto em forma de pomba, também proposto por Niemeyer para o gramado central da Esplanada dos Ministérios, e que foi reprovado pelo IPHAN. O professor Holanda questiona a arguição de Niemeyer de que toda cidade tem que ter uma praça para provocar espanto. “Que espanto?” pergunta. O autor esclarece ainda que a nova edificação além de bloquear “a vista da Esplanada a partir da Plataforma Rodoviária, que Lucio Costa queria desimpedida”, o obelisco comprometerá o espaço de convívio e “as pessoas na ‘praça’ estarão divididas em dois grupos que, na maior parte do espaço, não se veem. O que veem mesmo é o enorme e ofuscante paredão branco do monumento.”
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Ao tomar conhecimento do projeto através da imprensa, a filha de Lúcio Costa, arquiteta Maria Elisa, não teve dúvidas e foi conferir a proposta pessoalmente no escritório de Niemeyer. Observou a maquete isolada e ao voltar pra casa projetou-a mentalmente na Esplanada dos Ministérios. Ao perceber que a edificação baixa esconderia toda a rodoviária, projeto do pai, resolveu escrever para Niemeyer no dia seguinte.
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A preocupação da cidade em manter livre e desimpedida a visão da Esplanada dos Ministérios a partir da Plataforma Rodoviária é incontestavelmente legítima, assim como é difícil imaginar a implantação de outra obra no lado diametralmente oposto ao edifício do Congresso Nacional, ofuscando o ponto de fuga natural do Eixo Monumental e polarizando as atenções com o cartão postal mais importante de Brasília.
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Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto e professor do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê.
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Kazunori Fujimoto

Residência em Ibara














Esta é uma pequena casa de um jovem casal na província de Okayama. Eles deixaram o apartamento do centro da cidade onde moravam antes, e construiram uma nova casa numa área de natureza exuberante. Eles escolheram levar uma vida simples e modesta em contato com a natureza, numa tentativa de unir as paisagens de uma tradicional vila de fazenda com um estilo de vida moderno.
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Embora a casa tradicional japonesa se reporta a uma vida envolvida por espaços simples, esta casa é considerada como um espaço que se desenvolve dentro da espacialidade e da padronização da casa tradiconal japonesa e tem o maior contraste da relação aberto-fechado usando estritamente uma composição geométrica da arquitetura moderna
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Esta casa é constituída por uma caixa-espaço e uma coberta-espaço. Há dois quartos e baheiro na caixa-espaço. Na coberta-espaço, há a entrada, cozinha e sala de estar. A sala continua com a vista da natureza através do terraço externo.
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O piso térreo é o espaço como uma sala única de 78,5 metros quadrados. Para articular este pequeno espaço de forma mais atraente, a caixa-espaço e coberta-espaço foram conectados com cuidado.
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Se a porta deslizante de um quarto é aberta, todas as salas servem como um espaço único, e dois espaços são ligados suavemente com a diferença de nível diferença refletindo um local da encosta.
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O conjunto da caixa-espaço permite que o sol e a privacidade a partir do exterior possam ser controlados, e a coberta-espaço é colocada na direção da paisagem natural. Um estacionamento é enterrado por um meia encosta, localizada no lado da montanha.
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Árvores Zelkova foram plantadas no quintal para que raios solares brilhando através de ramos de árvores pudessem ser lançados sobre a casa.
(Kazunori Fujimoto)
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Ficha técnica
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Arquitetura: Kazunori Fujimoto Architect & Associates
Ano: 2008
Local: Okayama, Japão

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Exposição fotográfica





Nesta quinta feira, dia 22 de janeiro, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba abre as portas do Memorial da Arquitetura Paraibana para a exposição do fotógrafo Reginaldo Marinho intitulada "Retratos de João Pessoa".

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Após a repercussão do lançamento do álbum fotográfico "Verde que te quero ver" no Centro Cultural Zarinha, ocorrido no final do ano passado, o público em geral terá uma nova oportunidade de ver uma compilação de belíssimas imagens da capital paraibana que compõe o livro.

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Com uma paixão arrebatadora de uma adolescência permanente as lentes de Reginaldo Marinho revisitam, em "Verde que te quero ver", fragmentos extraordinários de uma cidade dividida entre a província e a metrópole. O cuidadoso registro fotográfico é fruto de um declarado flerte de Marinho com a Philipéia de Nossa Senhora das Neves. As imagens capturadas revelam o fetiche de um cidadão pelo singelo, pelo bucólico, pela história e por uma urbanidade que se aproprie do nosso patrimônio construído e das nossas riquezas naturais de forma equilibrada e sustentável.

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A fome de imagens foi percebida nos versos do poeta pernambucano Jaci Bezerra "O alfabeto do homem/é o mundo circundante;/a luz que o olho consome/para nutrir a fome/ de um só e eterno instante." Esses versos do poema "Retrato poético de Reginaldo Marinho" denunciam a presença de uma alma inquieta sempre faminta e criativa em busca de novas imagens para o deleite de nossa visão.

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Lau Siqueira segue pelo mesmo caminho ao analisar a obra desse talentoso fotógrafo: "Reginaldo é um daqueles guerreiros, canibais da própria fome, de cérebro inquieto que se sustenta sobre seu tempo, sabendo que andou muito mais que seus próprios passos. Sabendo que o caminho da arte é o risco. Ele corre riscos! Não teme seus próprios medos."

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Inventor consagrado e com um olhar privilegiado, Marinho captura imagens que estão armazenadas em sua memória, reconstruindo paisagens com a cumplicidade da luz e das cores, congeladas pelo tempo, e que foram registradas pelos versos de Jaci Bezerra: "Ao escrever com o vento/ e com a luz madura,/não guarda o homem o intento/ de transformar em invento/ o que o olho procura." Ou nestes versos: "Dentro do olho da câmara/há outro olho aceso./Esse olho, brasa e chama/solto e desperto, inflama/o mundo e o deixa preso."

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No trajeto entre o rio e o mar, o fotógrafo, com sensibilidade de urbanista e espírito de poeta, passeia entre lugares pitorescos de João Pessoa, elegendo sempre um ângulo inusitado, o momento oportuno e a luz adequada para enaltecê-lo.

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O álbum, de pequena tiragem, além de um luxo é um convite a uma lua-de-mel com a cidade.

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Esta é a frase preferida de Marinho: "Sou um homem conservador, conservo a inquietude e a rebeldia da juventude." Espero que ele continue assim para nos brindar com essas imagens que os seus olhos vêem.

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Local: Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba, no Largo da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, casa número 2




terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Architectural Association - Swoosh I

Todos os anos, Charles Martin Walker e Self, dois professores do Architectural Association em Londres, organizam um concurso para a concepção de um Pavilhão de Verão aberto a participação de doze estudantes . O vencedor deste ano, intitulado "Swoosh" , foi criado pela estudante mexicana Valeria García Abarca¹. O júri foi presidido por Walker e composto por Larry Malcic, chefe de design em HOK, e Alex de Rijke de dRMM.
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O conceito do pavilhão partiu do estudo da deformação de um modelo ótico bidimensional. Qualidades ópticas foram extraídas do visual dinâmico e interpretadas em três dimensões. Fabricado por estudantes do Wokshop do AA em Hooke Park, Dorset County. O pavilhão foi apresentado em Bedford Square, em Londres, de 14 julho a 5 agosto. A estrutura, totalmente desmontável, é composta de 653 peças de madeira, colunas e vigas transversais. Os oito arcos no meio do pavilhão, progressivamente escorados , criam um espaço íntimo. Algumas das colunas estão divididas em dois segmentos, sustentadas por uma base de aço sobre o terreno e fixadas com conexões metálicas. As vigas transversais foram cortadas com uma máquina CNC, os seus ângulos foram feitos com base em sua relação com as colunas. A geometria do pavilhão é simétrica, mas sua forma varia conforme o prolongamento da construção, a partir de um raio de 2,2 metros e uma altura de 3,3. metros. Todos os elementos do pavilhão são verticais, de modo que a sombra que lança é um reflexo da planta original.
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Outra característica notável é a interação do desenho com a paisagem, o fim da estrutura em torno do poste de iluminação. À noite, o efeito luminoso é assimétrico, enfatizando o fluxo visual das vigas. Durante o dia, as sombras mudam drasticamente, oferecendo uma experiência visual diferente.
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Planta baixa


Corte
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Nota
1. Valeria García Abarca (Cidade do México, 1983) é, actualmente, um estudante na Escola Intermediário do Architectural Association em Londres.


Ficha técnica
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Pavilion 2008
Bedford Square, London
Arquitetura: Valeria García Abarca (estudante)
Orientadores: Charles Walker (professor) /Martin Self (professor)
Engenheiro Estrutural: David Rutter / Arup
Construtores: Ville Saarikoski /Mits Morioka /Dorette Paragiotopoulou /Stephanie Peer /Kien Pham /Anna Piplis
Área construída: 154 m2
Imagens: Valeria García Abarca

domingo, 11 de janeiro de 2009

Mathias Klotz

Casa 11 mulheres, Cachagua, Chile









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A casa das onze mulheres é um residência de verão , localizada ao lado de uma duna, a 160 km da capital chilena, onde se reunem pais, filhos e amigos para passar fins de semana ou períodos mais longos que poderiam alcançar várias semanas, especialmente no verão. A residência recebeu o nome "onze mulheres" porque os donos são um casal divorciado, que juntou 11 crianças entre si, todas mulheres, cujas idades variam entre 8 anos e a maioridade.
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O lugar tem uma vista magnífica sobre o Oceano Pacífico e um declive íngreme em direção ao mar, com panorâmicas que devem ser exploradas. É por isso que o programa funciona em três níveis, além de um quarto para hóspedes próximo à piscina, onde todos os quartos possuem vista para o mar.
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A casa tem o desafio de resolver um vasto programa em uma área que, que apesar da sua grande dimensão, é fortemente restringida pelo código de edificação local e pelas condições topográficas. O volume resultante e a superfície construída são o máximo possível em ambos os casos. Para alcançar este objetivo, a primeira coisa foi fazer um corte vertical de nove metros de altura, permitindo que o ar e a luz ingressassem através da fachada oeste, de acesso ao edifício.
Este corte gerou uma enorme parede de contenção, que foi resolvido utilizando um sistema de terra armada, permitindo então o rápido crescimento da vegetação, minimizando o elevado impacto visual e físico da operação.
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A casa está conformada em um volume monolítico de concreto aparente, que organiza o salão de jogos e sala de TV no subsolo, os quartos e jovens que está no rés do chão e sendo o principal cozinha e quarto principal sobre o nível superior. Tudo foi feito utilizando moldagem horizontal em madeira de pinus, exceto na sala principal, onde esta disposição foi feita na vertical, para distingui-lo do resto do programa.
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Alguns trechos da planta foram utilizados como um terraço e pátio entrada, incorporando um certo número de poços no chão para iluminar a cozinha e o estar, uma vez que não recebem luz direta até anoitecer. Todo o piso foi resolvido com mármore travertino, de modo a gerar a mesma continuidade espacial que é atingido no teto, onde a laje atravessa os recintos sem qualquer interrupção. As paredes divisórias internas são brancas, e as portas não têm madeira para alcançar o mesmo objectivo de continuidade, nos pisos e tetos. Também construiu uma área de hóspedes, sob o terraço da piscina, garantindo assim a privacidade.
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O paisagismo foi desenvolvido com a idéia de fortalecer a vegetação própria desta região litorânea, com base em suculentas e outras espécies nativas presentes no ambiente. Circulação e acessibilidade nesta área, de modo notável, foi resolvido através de bancadas de concreto pré fabricadas como escadas e caminhos.
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Ficha técnica
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Autor: Mathias klotz (klotz & asociados)
Cliente: Radovan Kegevic
Colaborador: Bbaltazar Sánchez
Localização> Cachagua, V Região, Chile
Ano de construção: 2006 - 2007
Área do terreno: 2.200m²
Área de construção: 486 m²
Construtor: Company Beranda
Estrutura: Patricio Stagno

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cristiano Rolim e Ricardo Nogueira

Apartamento decorado - Fit Residencial
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Sala de jantar
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Sala de jantar
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Sala de estar
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Suíte casal
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Escritório
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Quarto Filhos
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Ficha técnica
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Interiores: Cristiano Rolim e Ricardo Nogueira
Ano: 2008
Imagens: Cristian Azevedo

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Alcoa demitirá 13,5 mil, mas manterá investimentos no Brasil

O produtor americano de alumínio Alcoa anunciou nesta terça-feira a demissão de 13,5 mil funcionários, em todo o mundo, o que equivale a uma redução de 13% em seu quadro de pessoal, mas destacou que manterá seus investimentos previstos para o Brasil. A empresa também vai suprimir 1,7 mil empregos temporários.
"Estes são tempos extraordinários, que exigem velocidade e decisão para administrar a atual situação econômica, debilitada, e flexibilidade e visão para enfrentar as futuras incertezas em nossos mercados", disse o presidente do grupo, Klaus Kleinfeld.
A Alcoa destacou que vai congelar contratações e salários em todo o mundo, mas garantiu que os investimentos previstos para o Brasil, de cerca de US$ 750 milhões, serão mantidos. A empresa atualmente investe na expansão de uma refinaria em São Luis e em uma mina de bauxita em Juruti, que devem ser concluídas ainda no primeiro semestre deste ano.

"Vamos suspender todos os investimentos produtivos não essenciais", afirmou a empresa em comunicado.

Reestruturação
As decisões fazem parte de um vasto plano de reestruturação, anunciado em novembro passado, que antecipa uma redução de 350 mil toneladas por ano na produção de alumínio do grupo.
"O programa de reestruturação e suspensão de investimentos representará uma economia de US$ 450 milhões anuais", destacou. "Seguiremos atentos à evolução do mercado para ajustar nossas capacidades, com o objetivo de adaptar o grupo a qualquer mudança no futuro da demanda e para aproveitar qualquer oportunidade que se apresente", declarou Kleinfeld.
O grupo prevê ainda diversificar seus fornecedores de matérias primas para reduzir este custo em 20%, e firmar contratos a longo prazo sobre o fornecimento de energia.
Alcoa, com sede em Pittsburgh (Pensilvânia) e a número um do mundo na produção de alumínio, foi seriamente afetada pela queda nos preços, em meio à crise global. O grupo sofreu uma queda de 69% do valor de suas ações no ano passado.
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