domingo, 7 de junho de 2009

Resultado concurso sede do CREA-PR

1º lugar - Jean G. Avancini, Carolina F. S. Pinto e Lucas R. O. Martins



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Memorial
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O termo sustentabilidade pode ser traduzido por otimização de recursos. Recursos estes que vão além do material, do objeto que utilizamos para construir. Quando projetamos, fazemos uso de inúmeros recursos intelectuais que são traduzidos em eficiência para a edificação, ou seja, sustentabilidade. Sustentabilidade é inerente à boa arquitetura e é alcançada nos gestos iniciais de projeto, no partido, agregando-se a isto conhecimento sobre tecnologias de materiais e processos construtivos.
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O projeto CREA-PR nasce de dois gestos sustentáveis: o primeiro diz respeito ao emprego de uma técnica construtiva adequada ao seu terreno, que parte da não escavação de subsolos devido ao nível elevado do lençol freático e ao alto custo; o segundo tange a criação de um conjunto bioclimático harmônico aos usuários do edifício a partir de uma correta orientação solar norte-sul e da ampliação de espaços de convívio.
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Dado o declive natural do terreno de aproximadamente 1,80m desde a sua frente e a possibilidade de elevação do nível do térreo para até 1,20m a partir da cota média de sua testada frontal, torna-se possível a não escavação de subsolos para estacionamento coberto. Apenas 30cm de terra teriam que ser removidos, não causando danos ao lençol nem à tubulação que passa pela linha não edificável. Esta atitude possibilita, também, a implantação de um canteiro plano, limpo e rápido para o aparato de guindastes, caminhões e funcionários envolvidos em um grande processo de montagem.
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Cabe salientar o uso de processos industrializados de construção. Estruturas leves, desmontáveis e recicláveis, em sua maioria. O prédio é modulado e montável, garantindo, assim, um processo ágil e eficiente de construção.
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A orientação norte-sul foi alcançada, voltando-se uma praça de acesso para norte, integrada aos recuos obrigatórios de altura e de faixa de acumulação de veículos, por meio da utilização de uma estrutura metálica leve e móvel que recobre a faixa não edificável, possibilitando passagem e estacionamento de veículos, além de eventuais acessos para manutenção da tubulação ou mesmo sua total remoção, temporariamente, sem danos ao prédio ou mesmo aos acessos (maiores informações legais constam no painel).
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A ampliação das áreas de convívio tornou-se possível, uma vez não amplamente prevista no programa básico de necessidades, a partir da otimização de espaços com simples gerenciamento de horários. Inúmeras salas de reunião utilizadas simultaneamente apenas em dias de câmara foram sobrepostas ao salão fechado de 300 pessoas, que neste projeto passa a ser uma área de usos múltiplos, modulável. Desta forma, foi possível criar uma ampla praça, que serve como foyer e palco para eventos abertos, a qual é somada ao térreo para atividades culturais abertas ao público e aos profissionais representados pela instituição, sem, contudo, conflitar com as atividades internas do prédio.
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Circulações amplas, voltadas para as visuais do prédio e da cidade, são ventiladas naturalmente e interligadas por escadas abertas. Um convite ao uso sustentável.
Esta é a sustentabilidade que propomos
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Equipe
Arquiteto Titular: JEAN GRIVOT AVANCINI - Porto Alegre / RS
Co-Autores: CAROLINA FLACH SOUZA PINTO e LUCAS ROCHA OBINO MARTINS
Colaboradores: acadêmicos arquitetura UFRGS Bianca Pimentel Antunes, Cícero Guzzo Mondadori, Leandro Cavalheiro da Silva
Consultor: Eng. Cláudio Faraó Souza Pinto
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2º lugar - Marcos A. Jobim e Silvana Carlevaro



Memorial
Critérios de projeto
"A premissa básica é que o edifício da sede do CREA-PR seja um marco arquitetônico quanto às questões ambientais, de acessibilidade e também como construção de excelência tecnológica."(Trecho extraído do Termo de referência do concurso)É com base nesta premissa que desenvolvemos o projeto arquitetônico proposto.
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As questões ambientais de sustentabilidade foram incorporadas ao projeto desde o lançamento do partido, na implantação.A orientação solar bem definida e a morfologia do terreno geraram uma proposta longitudinal, aberta para as fachadas norte e sul e fechada para o leste e oeste.Foram analisadas todas as condições climáticas da cidade de Curitiba, relacionadas ao terreno e seu entorno para gerar uma solução com amplo desempenho energético e de conforto.
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A criação de um átrio voltado para a fachada norte atende a estas exigências e gera uma integração espacial de todos os setores do programa.Este átrio constitui o ponto principal da proposta, criando um acesso claro, organizando os fluxos e valorizando a área verde proposta ao seu lado, liberando ao máximo a ocupação do terreno e preservando a área permeável estipulada pela normativa.
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Grandes balcões/floreiras se distribuem em cada pavimento criando um ambiente de trabalho com mais qualidade.As soluções de fachadas respondem às exigências de conforto ambiental (térmico e de iluminação). A combinação de materiais opacos, com brises e grandes áreas envidraçadas resultam em uma proposta de linguagem contemporânea.
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O programa
Atender às necessidades programáticas e funcionais requeridas de forma clara e eficiente é uma das premissas para alcançar uma solução arquitetônica coerente com o seu uso. O programa de necessidades requerido foi organizado a partir dos diferentes níveis de acesso e relacionamento.
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No pavimento térreo foi localizada a Regional de Curitiba com uma recepção específica e outra para o público geral.Através deste pavimento se tem acesso diferenciado ao Plenário e Salas de Eventos (dois primeiros pavimentos), no grande átrio envidraçado, por escadas com escala compatível com a importância destes setores e acesso exclusivo, sem interferência com o fluxo das atividades administrativas.
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Nos três pavimentos subseqüentes ficam organizadas os Departamentos e Assessorias, em planta livre com fácil readequação.No último pavimento situa-se a Presidência com a Secretaria Geral que se relacionam com uma grande área de cobertura jardim.A setorização de circulações e serviços repete-se em todos os pavimentos, proporcionando uma organização espacial, construtiva e técnica.
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Equipe
Arquiteto Titular: MARCOS A. JOBIM -Florianópolis / SC
Co-Autor: SILVANA CARLEVARO
Colaboradores: Arq. Maria Arq. Andrea Triana, Rogério Versage - arquitetura bioclimática, Eng. Olavo Kucker - pré-orçamento, Rosana Debiase - estudante de arquitetura
Consultores: Eng. Ricardo Sherem - conforto ambiental, Arq. Tuing Ching Chang - estrutura, Eng. Marcello Campelli - instalações elétricas, Eng. José Henrique Fontes e Eng. Ane Denise Paccinini - instalações hidrosanitárias, Arq. Juliana Castro - paisagismo
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3º lugar - Nonato Veloso

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Memorial
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A proposta pretende associar a busca por uma correta implantação à utilização de alguns recursos capazes de minimizar o impacto da construção no meio ambiente. Partimos do estudo do terreno, seu entorno imediato e das condicionantes climáticas de Curitiba.Procuramos marcar o acesso através de uma galeria de entrada, um marco visual no cenario urbano e uma extensão do espaço público como um alargamento da rua Mateus Leme.
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A partir deste grande abrigo estabelece-se a hierarquia de usos, com a distribuição de fluxos como o acesso aos lobbys de público e de funcionários, com a possibilidade ainda de alcançar o terraço de forma independente.A edificação é composta por uma base que abriga a Regional Curitiba no pavimento térreo e o Plenário no pavimento superior. O espaço de vivência e estar de funcionários foi locado no nível do terraço, com certa independência do funcionamento do restante do edifício.
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O bloco contendo os pavimentos tipo sobreposto à base foi disposto na orientação norte-sul, emoldurado por duas torres de circulação vertical, bloqueando as insolações leste e oeste. As torres contém paredes ventiladas que avançam sobre a galeria de acesso, sustentando o brise voltado para norte. Sobre o brise, no nível da cobertura, encontram-se placas fotovoltaicas para geração de energia e placas de aquecimento solar, estas funcionando também para o aquecimento dos pisos no período de inverno.
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A massa verde na edificação é definida pelo terraço jardim, por blokets vazados na entrada e estacionamento, além da última laje na cobertura. A Rua das Flores comparece como referência cultural no vestíbulo de acesso ao edifício com suas árvores e jardineiras, conferindo maior identidade ao átrio. Nas passarelas que unem as torres de circulação vertical aos pavimentos, estamos propondo jardineiras irrigadas por sistema hidropônico, podendo servir como elemento verificador da qualidade da água a ser tratada no proprio edificio.
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Estamos prevendo o tratamento das águas cinzas geradas no edifício e seu reuso, a geração de energia limpa, o controle das temperaturas no interior da edificação associado ao baixo consumo de energia, com a otimização do uso da luz natural.Entre os materiais de última geração, deverão ser escolhidos aqueles de menor impacto ambiental e de maior durabilidade.Optamos por elevar o pavimento térreo em 1,20 m diminuindo a profundidade do subsolo no terreno natural, facilitando ainda a visibilidade da região do Centro Cívico de Curitiba a partir do quarto pavimento, onde situa-se a Presidência.
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A Acessibilidade Universal deverá ser garantida conforme NBR 9050, desde a rampa de acesso, de 1,20 m, passando pelos ambientes, dimensões, pisos táteis e sinalizações.Por fim, optamos por uma proposta referenciada na arquitetura contemporânea, sóbria, com poucos elementos em sua composição, buscando a serenidade necessária e representativa do CREA-PR.
Técnica construtiva e Materiais
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Estamos propondo a estrutura em concreto a partir de cimento de Baixo Impacto Ambiental - BIA , conforme pesquisa realizada pelo Laboratório VaLores, da Universidade de Santa Catarina, de autoria de Luz, Cheriaf, Ambroise e Pêra, 2005: fosfogesso reciclado e clínquer sulfo-aluminoso [ inversão de proporções ].
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É idéia utilizar o barro da escavação no terreno para a fabricação de tijolos no canteiro de obras. Utilizar material cerâmico sempre que possível, notadamente placas de ecocerâmica anti-ácida, propduzidas com matérias primas minerais naturais e minerais reaproveitados, de pigmentação própria, sem adição de metais pesados, com queima a partir de gás natural. A cerâmica será recomendada para pisos e revestimentos de fachadas, de acordo com avaliação custo / benfício.
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Para forros indicamos os reciclados de plástico, papel cartão e demais resíduos industriais selecionados, com alto poder de isolamento térmico e acústico.As resinas utilizadas serão prioritariamente a base de óleo de mamona, sem liberação de gases tóxicos; as tintas e colas isentas de COVs [ compostos orgânicos voláteis ].
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A iluminação através de LEDs, livres de raio UV e calor, com economia de 50 a 80% de energia, sempre que possível, será indicada, assim como o uso de sensores de presença.As válvulas de descarga terão fluxo duplo e as torneiras equipadas com sensores. Os resíduos sólidos deverão ter gerenciamento, transporte e destino em consonância com a Resolução CONAMA nº 307.
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Equipe
Arquiteto Titular: NONATO VELOSO - Brasilia / DF
Colaboradores: acadêmicos arquitetura FAU/UnB Diego Conrado Bertolucci Tomé e Igor Lopes Quirino - maquete física


4º lugar - Paulo Henrique Paranhos





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Conceito
A arquitetura e urbanismo, pensados de forma indissociável permitem-nos intervir na realidade apresentada propondo um edifício com o caráter contemporâneo adequado: um grande átrio iluminado que evidencia um expressivo espaço de agradável micro-clima permeável.No vazio emoldurado, as passarelas de circulação alimentam o grande hall tornando-o, nas passarelas, no restaurante, no térreo e na recepção um agradável lugar, um ponto de estar e convivência, um continuo aos espaços da cidade.
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O encontro é natural assim como os atendimentos individual ou coletivo acontecem de forma espontânea ao cidadão que permeia a edificação. É, portanto sua surpreendente verticalidade que lhe confere seu merecido significado; sua escala de representatividade.Alem do natural e construído, cuidamos da expressão do vazio no exuberante micro-clima, no conforto da bem cuidada luz e sombra assim como na ambiência da grande interação espacial.
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Desta forma, com a cuidadosa implantação, suas vedações e outros detalhes, podemos conferir na prancha de sustentabilidade o adequado tratamento solicitado.Introjetamos assim todas as variáveis programáticas, um edifico de alto nível de eficiência que não se restringe a uma linguagem pretensamente tecnicista. Como conjunto, a edificação resulta portanto em mais do que um edifício isolado, um edifício que ao se revelar na articulação de escalas urbana e gregária, invoca valores do fragmento da cidade.
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Sistema Construtivo. Concepção Estrutural
Vãos que permitam uma boa modularidade, flexibilidade dos espaços, agilidade da obra com soluções mais industrializadas, sugerem uma solução metálica para que a estrutura resultante seja esbelta com solução de leveza e elegância.Os vãos da malha estrutural, conforme os eixos nas plantas, demonstram a racionalidade da implantação.
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O resultado obtido é uma estrutura que transmite menos carga para as fundações, proporcionado melhor aproveitamento dos espaços internos; principalmente na área dos escritórios. As instalações de infra-estrutura têm áreas de shafts nas torres de circulação com acesso à casa de máquinas e reservatórios. Os brises e a membrana de cobertura em alumínio branco qualificam as vedações com a porosidade adequada ao conforto térmico e acústico esperado.
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Equipe
Arquiteto Titular: Arq. PAULO HENRIQUE PARANHOS - Brasilia / DF
Colaboradores: acadêmicos arquitetura João Augusto, Mônica Cavalcanti, Ana Carolina Pêgo, Sâmia Silveira e Cícero Castro


5º lugar - Antonio M. Filho e Rogério Batagliesi





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Partido Arquitetônico
Mais do que propor soluções projetuais que resolvam questões e necessidades programáticas, procuramos imprimir ao projeto a percepção de identidade, fazendo do edifício sede do CREA PR, um espaço referencial que reflita os valores e aspirações de arquitetos, engenheiros e agrônomos representados pela entidade.
Para tanto optamos por desenhar um bloco único, definido através de operações geométricas de subtração, adição e translação de planos e volumes, tendo como resultado uma composição formal que propõe dialogo e harmonia com as edificações vizinhas e estabelece frontalidades com todo o entorno do lote.
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A implantação configurada ao longo do eixo leste/oeste, além de permitir o melhor aproveitamento das características morfológicas e topográficas do lote, atende as necessidades de permeabilidade do solo, e de orientação.A distribuição do programa pelos pavimentos procura atender às premissas de funcionalidade e proximidade solicitadas pelo programa.
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O pavimento térreo subdividido em dois espaços superior e inferior, organiza o fluxo de pessoal administrativo, usuários eventuais e conselheiros, otimiza operações de carga e descarga na área de doca e sobretudo permite destacar o plenário em suas duas extremidades, oeste que se projeta sobre a rampa de acesso e leste com o volume do auditório suspenso e recortado sobre a área de convívio.
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A estrutura proposta prevê utilização de concreto moldado in loco para pilares e vigas. As lajes são protendidas dimensionadas para vencer os vãos projetados e atender às solicitações oriundas do tipo de uso das instalações.Toda modulação obedece a uma malha de 1,25x1,25m, compatível com sistemas de forro, piso, divisórias, luminárias, caixilhos e outros componentes construtivos.
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As dimensões dos vãos entre pilares foi definida em função da otimização dos espaços administrativos e aproveitamento e distribuição de vagas para estacionamento nas garagens.Os espaços estão dimensionados para receber piso elevado e comportar todo o sistema de dutos de ventilação e ar condicionado, bem como eletrocalhas de instalações elétricas de dados e voz.
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Casas de máquinas, reservatórios, instalações hidrosanitárias e circulação vertical foram previstos em volume independente que se destaca do bloco principal.Fachadas frontal e posterior compostas por empenas de concreto aparente. A vedação dos vãos das fachadas laterais será em caixilhos modulares de alumínio e vidro laminado.
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Os pisos serão revestidos em combinações de pedra tipo granito para áreas de recepção e saguão do auditório, cerâmica para áreas molhadas e vinílico para áreas administrativas.O projeto prevê a combinação de sistemas de ventilação e iluminação natural e climatização artificial para o vazio do saguão e áreas de trabalho. Sistemas de coleta de águas pluviais nas coberturas e em áreas impermeabilizadas para armazenamento e filtragem, com o objetivo de irrigação de jardins e uso em vasos sanitários.
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Equipe
Arquiteto Titular: ANTONIO MALICIA FILHO - São Paulo / SP
Co-Autor: ROGERIO BATAGLIESI
Colaboradores: Ana Luiza Chieregati, Ana Paula Coelho, Antonio Jose Santana Junior, Douglas Ogawa, Érica Sanches, Fernando Silva, Gabriel de Andrade Ranieri, Marcelo Miranda, Ricardo Rezende, Rogerio Takeuti, Ana Cecília Arruda Campos, Susana Sodré, Yara de Andrade, Márcia Pierruci e Marilda Sato
Consultores: Eng. Luiz Fernando Bueno - ar condicionado, Arq. Milton Granado - conforto ambiental, Eng. Flávio Hissao Maeda - elétrica e hidráulica, Eng. Paulo Bacchin - estrutura
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Menção honrosa 1 - Julio Vieira e Jaime Cupertino
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Equipe
Arquiteto Titular: JULIO VIEIRA - São Paulo / SP
Co-Autor: JAIME CUPERTINO
Colaboradores: Arq. Tiago Seneme Franco, Arq. Raquel Machado, Designer Rosana Martinez
Consultor: Maria Laura Bandini Gonçalves - orçamento
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Menção honrosa 2 - Álvaro Putoni, João Sodré, Jonathan Davies, Luciano Margotto, Marcelo Ursini e Sérgio Salles



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Equipe
Arquiteto Titular: Arq. ÁLVARO PUNTONI - São Paulo / SP
Co-Autores: JOÃO SODRÉ, JONATHAN DAVIES, LUCIANO MARGOTTO, MARCELO URSINI e SÉRGIO SALLES
Colaboradores: André Nunes, Bruno Nakaguma Gondo, Carlos Eduardo Muller e Fabricius Mastroantonio
Consultores: Jorge Zaven Kurkdjian - estrutura, Mauro Zaidan - orçamento

Veja mais detalhes em: http://concursos.arqs.com.br/concursocreapr/publico/resultado/
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