sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Reginaldo Marinho: um passo à frente.

Inventor (paraibano) cria estrutura com plástico para garantir eficiência energética
Thiago Tibúrcio
Assessoria de Comunicação do Confea

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Reginaldo Marinho com o módulo básico estrutural
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O inventor brasileiro Reginaldo Marinho, 60 anos, natural da Paraíba, é detentor de duas das cinco medalhas de ouro do Brasil em salões europeus de tecnologia. Admirado por engenheiros e arquitetos do mundo inteiro, por ter desenvolvido uma tecnologia de estrutura feita inteiramente com plástico reciclado, está decepcionado com a atenção que recebe em seu próprio país. Por aqui, o inventor espera, há 10 anos, seu elogiado projeto tornar-se realidade, mas mantém esperanças de ver galpões, hangares e até centros de compras serem construídos com seu material, sustentável do ponto de vista ambiental.
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A invenção de Reginaldo é um prisma triangular com medidas de 500 milímetros nos lados e de 100 milímetros de altura, feito de uma resina produzida com a reciclagem de garrafas PET. Em cálculos e simulações estruturais, o material mostrou-se extremamente estável.
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“O material propicia uma sinergia muito grande entre dois fundamentos da estrutura: o arco de compressão e as treliças. No estudo da resistência, levando-se em conta fenômenos como torção, flambagem e peso próprio, por exemplo, o prisma apresentou coeficientes superiores a 2.8, quando o necessário é 1”, conta, com entusiasmo, o paraibano.
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Professor da Universidade Federal da Paraíba, aos 18 anos de idade, por notório saber, ele foi o primeiro colocado no edital Prime – Primeira Empresa Inovadora, lançado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Vai receber R$120 mil para custear recursos humanos qualificados e serviços de consultoria especializada em estudos de mercado, serviços jurídicos, financeiro, certificação e custos, entre outros, durante 12 meses.
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“Gostei de ganhar o edital, mas acredito que contratar uma empresa de marketing é o meu menor problema. Preciso de recursos para construir protótipos. Para esse problema, que é crucial, o governo ainda não encontrou solução”, diz.
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Os prismas de Marinho são estruturas modulares que, quando combinadas, permitem a formação de coberturas cilíndricas sem a necessidade de utilização de estrutura metálica. Outra vantagem do material, que o torna ainda mais sustentável, é, que, por ser totalmente translúcido, consegue capturar a luz externa sem absorver calor para o interior da construção.
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“A eficiência energética é a questão central da humanidade atualmente. Além de utilizar a luz natural, há outro aproveitamento importante. Por ser de plástico, o prisma funciona como as duas estruturas necessárias para cobrir as placas fotovoltaicas, utilizadas na captação de energia solar”, explica.

Em um país como o Brasil, que contém áreas com baixa densidade populacional (região amazônica, por exemplo), essas estruturas podem ajudar a fornecer conforto, luz e internet para inúmeras comunidades isoladas. Como também podem ser construídos hangares com os prismas, a própria segurança das fronteiras do país, na região, pode ser reforçada.
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Outra aplicação deverá ser em estádios de futebol. A Copa de 2014, no Brasil, é uma oportunidade para a discussão da ideia. “As placas translúcidas permitirão estádios cobertos e não prejudicarão a fotossíntese dos gramados. Um jogo só é bom se tiver um gramado adequado e conforto para os espectadores”, completa.
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Marinho, que já possui a patente da invenção, pretende continuar a divulgar o projeto pelo país. Já prepara a documentação necessária para que, uma vez que o protótipo seja construído, poder certificar o material e mudar a aparência e a eficiência energética de muitas construções.
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“Será a primeira construção totalmente transparente no mundo. Os estrangeiros estão tentando chegar lá, mas ainda não conseguiram. Construções como o Palácio de Cristal, em Londres, o Estádio Olímpico de Munique, e o Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, utilizaram a transparência como elemento lúdico, mas todos possuem elementos metálicos em suas estruturas”, informa.
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Maquete

Palácio de Cristal de Londres


Estádio Olímpico de Munique
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Aeroporto Charles de Gaulle
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Fonte da matéria: http://www.confea.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=8364&sid=10&pai=8

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