domingo, 18 de setembro de 2011




João Pessoa vai participar no dia 22 de setembro da Jornada Mundial “Na Cidade Sem Meu Carro”, que procura sensibilizar as pessoas para a utilização de meios de transportes mais sustentáveis, proporcionado cidades mais saudáveis, sem poluição e com acessibilidade.

Enquanto a população de João Pessoa passou de 330 mil habitantes para quase 675 mil entre 1981 e 2007; no mesmo período a frota de veículos da Capital aumentou 451,7%. Em toda a Paraíba, a frota de veículos cresceu 245,4%, entre 1990 e 2007. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), esse foi o quinto maior crescimento registrado do Nordeste e o 14º do País (imagine os que estão em primeiro!).

Em cidades como João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras, segundo o Detran, existe um veículo para cada quatro habitantes!!!!

A carta de adesão, onde o signatário se compromete a cumprir e seguir orientações para realizar o evento, foi assinada no dia 6 deste mês pelo superintendente de Transportes e Trânsito, Nilton Pereira de Andrade, após determinação do prefeito da Capital, Luciano Agra.

“Na Cidade Sem Meu Carro” é um movimento internacional em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida, que nasceu na França e se espalhou por várias cidades do mundo. No Brasil, o evento foi trazido pelo Instituto de Mobilidade Sustentável Ruaviva, e conta com a participação de mais de 60 municípios.  O objetivo principal desta iniciativa é instigar a reflexão sobre o modelo de mobilidade vigente no país, onde o modo individual de locomoção, o automóvel, ganha cada vez mais espaço em detrimento aos modos alternativos de transportes como ônibus ou bicicleta.

O uso excessivo do automóvel traz enormes prejuízos não só para o meio ambiente como também diminuiu a qualidade de vida da população. A poluição do ar, poluição sonora, congestionamentos e estresse são algumas dessas conseqüências.

No próximo dia 22, milhões de pessoas em todo o mundo vão participar deste grande movimento, deixando seus carros em casa e indo ao trabalho ou à escola de ônibus, bicicleta, caminhando ou pegando uma carona solidária. Por isso a partir desta sexta a PMJP desencadeia uma campanha que tem slogan “Na Cidade Sem Meu Carro. Faça diferente. Faça a diferença”, para conclamar os motoristas de veículos particulares a deixarem seus carros na garagem e buscar meios mais sustentáveis para chegar ao destino desejado.


Pense nisso: Um ônibus transporta cerca de 60 pessoas e ocupa o espaço de dois carros, que leva em média 1,5 pessoas.

Programação – Em João Pessoa, a Prefeitura Municipal, por meio da STTrans, vai realizar atividades no Centro da cidade para chamar a atenção das pessoas de como um simples ato pode melhorar a qualidade de vida.

Entre as ações propostas para o dia está o bloqueio da Avenida Visconde de Pelotas que será transformada em uma rua de lazer e contemplação, reservada somente para pedestres durante todo o dia. Na Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Réis), no trecho entre a lateral da Assembléia Legislativa e a Rua Barão do Abiai, haverá oficinas de arte, apresentações de teatro, música e dança, jogos educativos, painéis ilustrativos e um passeio ciclístico.

As escolas da rede municipal de ensino  também vão participar do evento no Ponto de Cem Réis. Os estudantes vão apresentar e expor um vasto material com informações relacionadas ao trânsito.

Na Avenida Epitácio Pessoa, entre a Praça da Independência e o entroncamento da Avenida Rui Carneiro, uma faixa exclusiva será destinada aos ônibus. Nesse dia, os pessoenses terão oportunidade de redescobrir a sua cidade, seu patrimônio, num ambiente mais saudável e aprazível.

A STTrans já definiu com as  operadoras de transportes coletivos o reforço da frota, aumentando a disponibilidade e a frequência dos ônibus, de forma a não restringir  a mobilidade das pessoas.

“Queremos provocar uma reflexão sobre a presença determinante dos automóveis nas cidades, os acidentes de trânsito, aumento da poluição e a valorização da cultura individualista, o ruído e o congestionamento do tráfego resultante da dependência dos automóveis particulares na mobilidade dos centros urbanos”, disse Nilton Pereira, ao falar sobre o evento. Ele convocou a população a organizar ações em seu bairro, escola e trabalho para aderir ao movimento e fazer a diferença no dia 22.

Melhorias – Na opinião de Nilton Pereira, a participação de João Pessoa “Na Cidade Sem Meu Carro” mostra a preocupação do poder executivo em despertar nos cidadãos a consciência sobre o uso racional e solidário do automóvel.

Essa conscientização também vem na forma de medidas a curto e longo prazos que a PMJP está tomando para organizar o trânsito e o transporte coletivo na cidade. O prefeito Luciano Agra lançou o Programa “Caminho Livre”, um conjunto de obras e ações que vão ampliar, duplicar e alterar sentido de vias em seis áreas da cidade para aumentar a capacidade de circulação dos veículos, disciplinar estacionamentos, aumentar o espaço para pedestre, reduzir congestionamentos e tempo de viagem dos ônibus.

Luciano Agra também apresentou ao Ministério das Cidades o Plano de Mobilidade Urbana, que irá modificar a estrutura do sistema de transporte público, priorizando a circulação dos ônibus nos corredores e elevando a qualidade do serviço para o usuário.  João Pessoa registra cerca de 240 mil veículos em circulação.

Parcerias- O evento já conta com vários parceiros que estão apoiando a idéia encampada pela PMJP, entre eles, com a Câmara dos Diretores Logistas (CDL), Associação das Empresas de Transportes Coletivos (AETC-JP), Movimento pela Paz (Movpaz), Embratel e a Porto Seguro.

Fontes:
http://babeldasartes.wordpress.com
http://meutransporte.blogspot.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Networks - relacionamentos verticais

Como os jovens podem criar boas conexões profissionais?
Por Yoshio Kawakami¹

O chamado "Gap entre gerações" sempre existiu e sempre foi um obstáculo adicional nas relações profissionais. Mesmo com a atual geração "Y", muito mais descolada e independente, esta distância entre gerações continua sendo uma barreira.


Uma das fases mais críticas para os jovens é a da sua iniciação no mundo profissional. A sua entrada deveria ser natural, com interesse das empresas na aquisição de jovens profissionais abrindo portas para os jovens recém formados ou ainda com poucos anos de experiência.


Ocorre que nem sempre na região, na cidade, no setor desejado ou até mesmo nas empresas desejadas, existe um equilíbrio entre a demanda e a oferta, o que acaba criando um grupo de "excedentes". 



Nestas circunstâncias, o que seleciona e define os "escolhidos" pela empresa ou pela organização desejada? Já pararam para pensar neste processo? O lado curioso e ao mesmo tempo cruel deste processo está no critério que é muitas vezes o divisor de águas no processo de seleção.


Não é o conhecimento técnico adquirido na escola e nem a performance escolar que muitas vezes determina o escolhido. Parece-me que prevalece no mundo todo um fator alheio ao processo de formação dos jovens. 

É a capacidade de mimetizar a comunicação e o comportamento dos adultos mais experientes e mais velhos num ambiente ainda desconhecido ou pouco conhecido.


Embora você possa achar que o processo é pouco justo, ou no mínimo estranho às suas crenças sobre competências e conhecimentos, os processos seletivos estão mais próximos desta avalização da sua prefiguração como profissional. De que tratam os exercícios seletivos, como as entrevistas e as conhecidas dinâmicas de grupo, senão de avaliar a projeção do seu comportamento no futuro ambiente de trabalho?


Um dado que corrobora esta ideia de que possivelmente a sua capacidade de emular um profissional mais experiente no ambiente de trabalho é uma vantagem significativa está em diversas publicações recentes sobre a entrada da geração "Y" no mercado de trabalho.


Com toda informação disponível e com a democratização dos cursos superiores, aceita-se a idéia de que a formação é garantia de acesso a melhores oportunidades profissionais. 

No entanto observa-se que os jovens oriundos de famílias já envolvidas com negócios e com o ambiente corporativo parecem possuir uma vantagem adicional na busca de oportunidades profissionais.


Esta maior capacidade de competir é representada de forma significativa pela familiaridade que possui com o comportamento dos profissionais estabelecidos. Ao mimetizar melhor o comportamento e a linguagem usual do ambiente de trabalho, correspondem melhor às expectativas dos selecionadores. 


Uma vez mais estamos discutindo o valor da comunicação e do relacionamento, que contribuem de forma indireta, porém valiosa.


Uma recomendação aos jovens poderia ser de "verticalizar" mais as sua relações, estabelecendo contatos com pessoas de gerações anteriores. 

Tanto para familiarizarem-se com a linguagem e com o comportamento destas pessoas, como para estabelecerem fontes de informações e contatos práticos, que nunca são escritos ou divulgados.


Neste aspecto, as relações da família com outras famílias, círculos sociais mais amplos, relações profissionais, contatos comerciais e outros contatos tendem a ser muito valiosos, embora pouco reconhecidos pelos jovens. Os pais mais conscientes destas conexões, já estimulam o envolvimento dos jovens com estes contatos do mundo profissional. 


A relação horizontal, dentro da sua faixa de idade é algo natural, proveniente das amizades e dos interesses comuns, não havendo muita necessidade de um exercício específico. 

Já uma relação vertical, além da sua faixa de idade requer um exercício de frequentar os ambientes e as ocasiões adequadas.


Creio que a receita vale para todos nós no desenvolvimento das nossas carreiras e dos nossos interesses profissionais e pessoais, mas no momento crítico da iniciação profissional, vale muito para os mais jovens.

1. YOSHIO KAWAKAMI é presidente da Volvo Construction Equipment Latin America